As áreas de gente e gestão, não mais recursos humanos, estão desafiadas a propiciar espaços para que os talentos se manifestem na sua potência

Eu tive a sorte de começar minha carreira em uma grande empresa brasileira como estagiária de recursos humanos. Fiz o caminho bem tradicional de carreira passo a passo, de analista júnior a gerente sênior, foram 15 anos da minha carreira até 2008, quando me mudei para uma multinacional.

Lembro de muitas vezes levantar a mesma questão, eu ainda jovem, e não ser muito bem compreendida: por que nossa área chama seres humanos de recursos?

Eu entendi a enorme importância do que estávamos fazendo, cuidando das pessoas que compunham a organização, recrutando as pessoas certas, desenvolvendo suas habilidades, promovendo, remunerando, reconhecendo suas entregas. Como uma área tão voltada para o humano usava na sua nomenclatura recursos, como desenvolver uma cultura forte se partimos no conceito derivado do nome que todos são “um meio que serve para se alcançar um fim” – definição de recurso no dicionário.

Naquele momento, este debate caía num vazio, achavam interessante a provocação, mas eu não tinha força e profundidade para influenciar esta mudança. Desde então, muita água passou nesse rio e muitas mudanças aconteceram, porém continuo a me deparar com o mesmo nome: recursos humanos. E me pergunto: será que as empresas conseguem realmente lidar com pessoas como meio, em 2023?

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