Vamos começar pelo conceito da palavra autenticidade. Ela pode ser a certeza absoluta (sendo aqui redundante) da veracidade de um objeto, por exemplo, de uma obra de arte. Ou pode estar atrelada ao conceito de originalidade de algo – uma pessoa autêntica apresenta ao mundo algo novo e único. Os dois caminhos conversam muito com membros de família empresária. O que significa para você ser um autêntico membro da sua família? Provavelmente, existem comportamentos, atitudes e até trejeitos que são quase símbolos de autenticidade da presença genética do sangue da família em você. Muitas famílias usam até expressões para nomear isso. Eu, que sou um autêntico exemplar da família Camanho, muitas vezes cometo “camanhadas”. É uma brincadeira interna que, entre primos, sempre nos rende boas risadas. Seria interessante pensar e nomear para sua família quais são estes traços, comportamentos e atitudes que podem ser nomeados como símbolos familiares. É um exercício coletivo para fortalecer seus laços familiares.

O outro sentido da autenticidade é o da existência única, singular e que nos permite tocar o mundo de uma forma específica. Aqui, então, um paradoxo: ser um autêntico membro da sua família pode impedir sua originalidade?

Quando você faz parte de uma família empresária que possui um grande histórico de feitos, seu caminho na busca para a autenticidade é mais complexo. É como se muitas das trilhas já tivessem sido percorridas e existisse uma receita que já foi testada e pode ser replicada. Muitas pessoas levam isso ao ponto de considerar que a possibilidade de seguir os negócios da família seja um ato de abdicar da própria oportunidade de criar um caminho único e autoral.

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